Hoje 28 de Abril de 2022 decorrem 54 anos da morte de Filipe Gameiro Pereira.
Relembro esse triste dia em que o acompanhei, com a minha mãe, irmã e muitos amigos, até à campa no cemitério de Queluz onde ainda se encontra. Nesse mesmo dia embarquei para Angola num DC-6 cargueiro com destino ao Negage onde cumpri o resto do meu serviço militar na guerra colonial.
Mais tarde tomei conhecimento que em Agosto desse ano “quiseram todos os componentes do VI Curso Nacional de Aperfeiçoamento render sentida homenagem ao percursor dos Cursos Nacionais de Arbitragem”, descerrando uma lápide onde se pode ler: Homenagem dos Árbitros Portugueses a Filipe Gameiro Pereira.
Tenho muito orgulho na sua memória. Ser reconhecido pelos seus pares é mais importante que qualquer outro elogio venha ele donde vier!
Continuando a pesquisar o seu espólio encontrei recentemente um conjunto de cartões que ilustram bem o seu percurso de desportista assim como a dedicação, ao longo dos anos, à coisa do desporto como atleta, fiscal de linha, árbitro e dirigente formador das “Regras do Jogo”.
Complementarmente, desde cedo se dedicou também ao jornalismo desportivo na área da sua formação: As Leis do Futebol. Ver sobre Filipe Gameiro Pereira.
Passados apenas 54 anos do seu desaparecimento tenho observado que ele, como tantos outros, passou ao esquecimento das principais organizações onde colaborou, nomeadamente na Federação Portuguesa de Futebol e na Associação de Futebol de Lisboa.
Li recentemente algures que “um povo sem memória é um povo sem futuro” Fonte
é o que se passa neste caso em que a “Indústria do Futebol” pouco tem a ver com o extinto desporto tão popular.
Para ilustrar esta situação basta recuar um pouco no tempo para se encontrar “vestígios” da existência deste lutador pela causa desportiva que pautava a sua actividade na exigência, rigor e honestidade.
Melhor que as palavras, as imagens ilustram o que acabo de dizer. Basta percorrer o “CV Desportivo”, através dos cartões dos vários cargos que desempenhou Gameiro Pereira, para se ter uma ideia de quão pobre é o registo desportivo português e a pouca importância que se dá à História dos protagonistas do nosso desporto, neste caso do futebol.
Como atleta
“Juiz de Campo” (hoje Fiscal de Linha) Futebol
Como Árbitro de Futebol
Como Dirigente dos Árbitros de Futebol
Como jornalista desportivo
Colaborou ainda com os jornais “Record” e “Diário Popular”.
Grande percurso, de alguém que chegou ao topo, subindo a corda a pulso, fruto das suas competências, e, saber, hoje só vemos gente que não vai para servir, outro sim, servirem-se das instituições e sacar todos os proventos daí resultantes.
Parabéns!
Obrigado amigo Carlos, só agora vi o teu comentário. Conheces bem esta História de Vida dedicada ao Desporto.